segunda-feira, 9 de março de 2009

E o Brasil se redescobre em Frevo


Diante dos novos passos que minha vida dá, surge a necessidade de ouvir novamente músicas que fizeram parte de minha infância. Mas a maturidade que meus olhos tem, me dão novos entendimentos músicais, que hoje acompanham um contexto histórico e cultural.
O que era belo como um pequeno Resort se apresenta imenso como oceano. Os detalhes pulsam aos olhos e ouvidos.
Transporto-me àquele tempo e me vejo passando nas ruas onde tudo aquilo surgiu. Sinto-me Leão do Norte, como diria Lenine.
Meu cérebro absorve, transforma e resulta em notas pernambucanas em meu bandolim “adaptado”. Os Dedos são apenas o passo final de todo um contexto.
E por mais “pesada” que seja toda essa história/cultura/música, absorvo tudo de forma leve, com um sorriso encantado nos lábios e um olhar brilhante de quem acabou de conhecer o mar.
O Velho Frevo se torna novo em meus ouvidos, que o redescobrem. Um Brasil inteiro precisa ser caminhado, mas Pernambuco foi um ótimo lugar pra começar.
Tal caminhada é o preâmbulo da Guitarra Baiana que está por vir. Mas esse será assunto pra outros posts!

terça-feira, 3 de março de 2009

Acerca do Olodum

Ouço a Malemolência do Olodum.
É uma forma una de dança corpórea.
Notáveis a habilidade do quadril e sua coordenação de pernas e pés.
E minha busca por acompanhar e ser um com essa dança.
O Samba Reggae ganhou o posto de dança sensual. A melhor para a dança a dois.
Só não é mais sensual que a dança do ventre, mas destarte nós homens temos apenas o privilégio de assistir.
Os surdos de primeira e de segunda regulam o cardíaco e tornam a dança quase que tântrica.
O tempo se perde em apenas contar quantas vezes seu quadril se movimenta pra direita ou pra esquerda. Nada que impeça minhas mãos de delinear seu abdomen e buscar seu umbigo, nem de calar minha boca com a sua nuca. Cantar era algo pra mente, pro subconsciente.
"Vem para o Olodum, vem dançar no Pelô"
O chão molhado precisava estar "limpo" pra pés incansáveis.
O suor era cheiro e nos tornava em instinto, apenas.
Era um "cangote de mulher, melhor do que mulher".
O Curioso são os detalhes corpóreos que só foram vistos depois em outras imagens.
Lamento o que os olhos não puderam contemplar.
Mas o Tato, o olfato e o paladar fizeram sua parte.
Beijar com esse som me tornava parte dele a medida em que pernas entrelaçadas gingavam e que esse sabor nordestino dominava minha língua. A presença de tantas pessoas e de roupas que fizeram com que essa "música" não excedesse a perfeição.
E o samba reggea, Claudinha e Daniela ao quadrado "me tiraram da solidão" como diz a letra de "Vem Meu Amor - de Silvio e Guio"

Antes de Falar da Bahia

Não resisti ao bico!
Ele me fez esquecer uma série de coisas que ainda não lembrei.
Lembrei somente que quase tinha esquecido desse bico.
E, lógico, você não é só bico!
É um conjunto.
Uma pele morena, um cabelo que eu já não lembro mais como era antes...
Acabei de recorrer a imagens antigas... era ondulado... relutei em aceitar...
Mas tá bom assim também...
Não tem mais o aparelho... e deixou mais lindo o sorriso que eu quase tinha esquecido.
Tens também a boca que beija. ( E eu sou o "Negão da boquinha pequena" - como fiquei "conhecido" no Pelourinho!)
O olhar ainda fala... mesmo que seja por fotos.
E se permite a tirar fotos com óculos escuros! Será que vai me permitir usar na sua frente?
Infelizmente elos perdidos evidenciaram-se no meio destas palavras.
Mas hoje eles não impediram de olhar o todo. Nem o tornaram incompleto.
Procurei não fazer reflexões sobre, desde as "sete vidas", onde de tão perto pude fazer minhas análises.
Mas enquanto pulava você refletia.
E os reflexos das câmeras me deram essa reflexão.
Mas a culpa foi do bico que me apareceu as 7 da manhã.