terça-feira, 3 de março de 2009

Acerca do Olodum

Ouço a Malemolência do Olodum.
É uma forma una de dança corpórea.
Notáveis a habilidade do quadril e sua coordenação de pernas e pés.
E minha busca por acompanhar e ser um com essa dança.
O Samba Reggae ganhou o posto de dança sensual. A melhor para a dança a dois.
Só não é mais sensual que a dança do ventre, mas destarte nós homens temos apenas o privilégio de assistir.
Os surdos de primeira e de segunda regulam o cardíaco e tornam a dança quase que tântrica.
O tempo se perde em apenas contar quantas vezes seu quadril se movimenta pra direita ou pra esquerda. Nada que impeça minhas mãos de delinear seu abdomen e buscar seu umbigo, nem de calar minha boca com a sua nuca. Cantar era algo pra mente, pro subconsciente.
"Vem para o Olodum, vem dançar no Pelô"
O chão molhado precisava estar "limpo" pra pés incansáveis.
O suor era cheiro e nos tornava em instinto, apenas.
Era um "cangote de mulher, melhor do que mulher".
O Curioso são os detalhes corpóreos que só foram vistos depois em outras imagens.
Lamento o que os olhos não puderam contemplar.
Mas o Tato, o olfato e o paladar fizeram sua parte.
Beijar com esse som me tornava parte dele a medida em que pernas entrelaçadas gingavam e que esse sabor nordestino dominava minha língua. A presença de tantas pessoas e de roupas que fizeram com que essa "música" não excedesse a perfeição.
E o samba reggea, Claudinha e Daniela ao quadrado "me tiraram da solidão" como diz a letra de "Vem Meu Amor - de Silvio e Guio"

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